O tradicional bolo de cenoura, queridinho das mesas brasileiras, esconde uma história curiosa e cheia de reviravoltas culinárias.
Foi iniciada uma pesquisa que percorreu livros de receitas, arquivos de jornais antigos, inclusive versões digitalizadas, e diferentes fontes históricas para entender melhor a origem e a evolução desse doce tão popular.
Nas páginas dos jornais
Segundo o projeto Comer História, o bolo de cenoura entrou no repertório culinário doméstico brasileiro nos anos 1960, quando passou a aparecer nos jornais.
Essas primeiras versões eram bastante distintas do padrão atual. Algumas levavam farinha de rosca ou castanha-do-pará moída, outras incluíam barra de chocolate adicionada diretamente à massa crua, e havia ainda quem acrescentasse licor ou conhaque.
Um dos registros compartilhados pelo projeto mostra uma receita que usava cenoura cozida batida no liquidificador, técnica adotada para garantir uma massa bem macia, úmida e homogênea.
No entanto, esse método alterava a coloração: ao cozinhar, a cenoura perdia o tom vibrante que hoje se tornou marca registrada do bolo de cenoura moderno.
Hoje em dia
Foi apenas no início dos anos 1980 e, mais fortemente, a partir de meados dos anos 1990 que a receita passou a ganhar o formato que reconhecemos hoje: cenouras cruas batidas no liquidificador, resultando em massa mais laranja, e cobertura de chocolate, finalizando o preparo.
Sobre o projeto
Comer História é um projeto criado por três historiadores que investigam como a trajetória humana se conecta à alimentação.
Receita de cobertura de chocolate para o bolo de cenoura
Para finalizar, que tal aprender com o Paladar a preparar essa cobertura chocolatuda e irresistível? Veja a receita completa.

Cobertura de chocolate Foto: ALEX SILVA/ESTADAO
