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As gerações millennials e Geração Z estão virando o jogo no consumo de bebidas: em vez de ressaca, elas buscam bem-estar. A popularização do movimento sober curious e mindful drinking já fez o mercado de cervejas sem álcool ultrapassar os US$ 21 bilhões, com previsão de atingir US$ 35 bilhões até 2029.

E enquanto uns brindam com zero álcool e zero culpa, outros brindam com risadas sobre a “chope sem graça”… mas depois confessam: até 22% dos millennials alternam entre versões tradicionais e zero álcool — e muitos dizem em tom de piada que fazem isso para “durar a noite sem derrubar a moral na segunda‑feira”.

Os produtores falam – e usam bom humor na campanha

As marcas já entraram na brincadeira — e com argumentos sérios:

  • A Heineken, com sua campanha global “0.0 Reasons Needed”, afirma que “não é preciso desculpa para evitar o álcool” e explora de forma bem-humorada situações cotidianas, como o designado motorista que não precisa se justificar.
  • A cervejaria Athletic Brewing, elogiada pela GQ, com tom descontraído, disse que sua missão é “ter uma NA [non-alcoholic] disponível tão bem quanto a artesanal — até na festa da avó”.

Executivos da área também assumem que muita resistência vem da própria cultura boêmia: Heineken admite querer atingir também quem gosta de cerveja tradicional, não só a galera que nunca bebeu.

Motivações da nova geração

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As motivações por trás do crescimento são diversas, mas convergem em torno de três pilares:

  • Bem-estar físico e mental: jovens querem dormir melhor, se exercitar mais e manter clareza no dia seguinte;
  • Consumo social responsável: querem estar presentes em festas e encontros, mas sem os efeitos do álcool;
  • Estilo de vida equilibrado: o sabor da cerveja continua valorizado, mas agora associado à moderação e autenticidade.

A Geração Z em particular lidera essa transição — com pesquisas apontando que até 30% desses jovens evitam álcool por medo de ressaca moral ou perda de produtividade.

O Brasil se destaca entre os maiores mercados

No Brasil, os dados são ainda mais impressionantes: entre 2019 e 2024, o consumo de cervejas sem álcool saltou de 140 milhões para mais de 700 milhões de litros, um crescimento de mais de 400%.

O país já ocupa o posto de segundo maior mercado mundial em volume, atrás apenas da Alemanha. Segundo a CervBrasil, até 2026 o consumo pode ultrapassar os 880 milhões de litros, com a cerveja sem álcool já representando 1,2% do mercado total — número ainda modesto, mas com altíssimo potencial.

Entre os jovens brasileiros, o comportamento também reflete a tendência global:

  • A geração Z consome menos álcool regularmente;
  • O crescimento das bebidas zero acompanha o avanço de categorias como vinhos, destilados e coquetéis não alcoólicos;
  • Marcas locais e internacionais já disputam o espaço em festivais, bares e redes sociais.

Entre a polêmica bem-humorada e o consumo em alta: o que torna o sabor cada vez mais sofisticado das cervejas sem álcool?

Com o avanço da cultura sober curious, cresce também o interesse por versões mais saborosas e realistas de cervejas sem álcool. Durante muito tempo, o grande obstáculo para a aceitação dessas bebidas era justamente o paladar apagado, o corpo leve demais e a ausência do amargor característico — o que rendia piadas entre os fãs da “cerveja de verdade”.

Mas esse cenário mudou com a entrada da ciência cervejeira de precisão.

A técnica que vem se destacando entre as mais eficientes é a osmose reversa, usada por um número crescente de cervejarias artesanais e independentes. Em vez de evitar a produção do álcool, ela permite que a cerveja seja fermentada normalmente, atingindo suas características sensoriais completas — e só depois passa por um processo delicado de filtragem molecular para a remoção do etanol, mantendo os compostos de aroma e sabor quase intactos.

A ciência do sabor

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A produção de cervejas sem álcool busca preservar aromas e texturas típicos das versões alcoólicas. A técnica mais eficaz, segundo artigos científicos e especialistas, é a osmose reversa:

  • Ela funciona como uma filtragem molecular: o cervejeiro fermenta a cerveja normalmente e, depois, faz o líquido passar por uma membrana sob pressão, que separa o álcool e parte da água, preservando os compostos aromáticos e o corpo da bebida.
  • Em estudos comparativos, esse método se mostrou superior à destilação a vácuo em retenção de flavor e aroma, embora exija equipamento sofisticado.

Wiper & True: pioneirismo no paladar

A microcervejaria Wiper & True, do Reino Unido, adotou com sucesso a osmose reversa para sua “Tomorrow”, uma lager 0.5 % ABV ao estilo Helles. O processo:

  1. Cria uma lager tradicional (5 % ABV).
  2. Realiza maturação prolongada e “lagering” – maturação a baixa temperatura.
  3. Utiliza osmose reversa por 60 horas sob pressão para remover o álcool, mantendo corpo e aroma, e produzindo bebida saborosa e consistente.

Segundo Michael (co‑fundador), “esqueci que era sem álcool” — destaca que o sabor se aproxima tanto ao da versão alcoólica que confunde até cervejeiros.

Opinião da imprensa e a revolução sensorial

Revistas especializadas como Popular Mechanics e Wired confirmam: a osmose reversa retém moléculas aromáticas voláteis, resultando em cervejas NA que replicam características sensoriais de versões alcoólicas sem a perda de sabor típica de aquecimento. Já buscas na literatura científica validam que membranas de filtragem preservam até 90 % dos compostos aromáticos essenciais.

Humor fermentado

E os resmungões da cerveja tradicional? Acham que é “chope de água”, mas quem curte alterna com a versão alcoólica pra “amanhecer inteiro na segunda”. Produtores respondem com bom humor:

  • A Heineken brinca na campanha “0.0 Reasons Needed”: “não precisa de desculpa para ficar sóbrio”.
  • A Athletic Brewing afirma que sua cerveja NA “dá conta até nos churrascos da avó” com qualidade igual à artesanal.

Ciência, sabor e cultura

A cerveja sem álcool deixou de ser “água com malte” para se tornar uma bebida querida por quem busca sabor autêntico, saúde, momentos de descontração, vida social e modernidade. Com tecnologias como a osmose reversa, marcas menores como a Wiper & True mostram que o futuro da cerveja pode ser leve — mas cheio de sabor.

Um brinde ao futuro – e às boas risadas

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No fim das contas, não é apenas uma mudança de hábito — é uma virada cultural com dose de leveza. Enquanto os mais tradicionais riem dos “pseudos-brindes”, a nova geração mostra que dá pra comemorar sem ressaca ou vergonha no dia seguinte. E os produtores? Estão cada vez mais aptos a brindar com criatividade — e bom humor — nessa nova era da cerveja.

Fonte: antena1

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