Ônibus foram usados como barricadas e travaram o trânsito Norte do Rio de JaneiroFoto: Reprodução/X),A escalada de violência que tomou conta da capital fluminense, nesta terça-feira (28), acendeu um alerta nas forças de segurança de Santa Catarina. A megaoperação no Rio de Janeiro tem como alvo a facção Comando Vermelho, principal aliada do PGC, maior organização criminosa atuante em solo catarinense.Com 64 mortos, a “Operação Contenção” já é considerada a operação mais letal da história do estado fluminense. O objetivo principal da ofensiva era a captura de Edgard Alves de Andrade, o “Doca”, apontado como líder do CV e investigado por mais de 100 homicídios. Ele ainda não foi localizado.Apesar de o PCC (Primeiro Comando da Capital) ser a facção de maior atuação no restante do Brasil, em Santa Catarina o domínio é do PGC, que rivaliza com o grupo em razão da aliança firmada com o Comando Vermelho desde os primórdios da organização. Faça como milhões de leitores informados: siga o ND Mais no Google. Seguir Neste contexto, desde que tomaram conhecimento da megaoperação no Rio, as forças de segurança catarinenses se organizam para evitar que fugitivos tentem entrar no estado para se esconder. O monitoramento terrestre foi reforçado em pontos estratégicos para identificar qualquer movimentação suspeita.
Segurança catarinense sabia de megaoperação no Rio de Janeiro
Em entrevista ao ND Mais, na noite desta terça-feira (28), o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Flávio Graff, afirmou que o estado tinha conhecimento de que uma operação com elevado número de prisões aconteceria e, por isso, não foi pego de surpresa com o que ocorre no Rio de Janeiro. Mais de 100 pessoas foram presas – Fernando Frazão/Agência Brasil/ND Foto 1 de 5 Megaoperação no Rio de Janeiro mexeu com a rotina de moradores e de quem precisava se locomover na região – République/@republiqueBRA/X Foto 2 de 5 Durante operação policia contra o Comando Vermelho, bandidos renderam motorista da linha 409 na Rua do Riachuelo, na Lapa, e obrigaram a atravessar na via, levando a chave. – Fernando Frazão/Agência Brasil/ND Foto 3 de 5 Esta foi a maior operação dos últimos 15 anos, segundo o Governo do Estado do Rio de Janeiro – Fernando Frazão/Agência Brasil Foto 4 de 5 Megaoperação no Rio de Janeiro – Reprodução ND Mais/Portal R7 Foto 5 de 5 “Nós já tínhamos isso em mente porque tivemos uma reunião do Conselho de Secretários, no fim de semana, e lá conversei com o secretário Victor [Cesar Carvalho dos Santos], da SSP do Rio e ele comentou que estavam prestes a realizar uma operação grande, com muitas prisões. Portanto, já havia repassado essa informação para o nosso setor de inteligência”, revelou ao ND Mais.O estado do Rio de Janeiro está implementando o SISP Conecta (Sistema Integrado de Segurança Pública), desenvolvido e aplicado em Santa Catarina. Por esse motivo, as Seguranças de ambos os estados têm mantido comunicação frequente. “Se houver evidências de que pessoas estão vindo para cá, certamente nós saberemos e nossas forças de segurança estarão prontas para trabalhar”, pontuou.
Momento exige ‘atenção redobrada’
Apesar de ter conhecimento prévio sobre a ofensiva, as polícias Civil e Militar, assim como a Sejuri (Secretaria de Estado de Justiça e Reintegração Social) e outros órgãos que atuam no combate ao crime organizado, estão em alerta para eventuais reflexos que possam ocorrer no estado.“Nós estamos monitorando esses movimentos de facções e o eventual deslocamento deles entre estados. Sabemos das relações de proximidade e os apoios operacionais que elas têm, então nós estamos reforçando esse monitoramento a partir de agora”, pontuou o Delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, ao ND Mais.Mais de 100 pessoas foram presas já foram presas em megaoperação no Rio de JaneiroFoto: République/@republiqueBRA/XRelatos feitos à reportagem informaram a presença massiva de policiais nas ruas de Florianópolis, na noite desta terça-feira. Segundo o Delegado-geral, a ação não tem relação com possíveis reflexos da megaoperação no Rio. O monitoramento dos acessos terrestres à Ilha, contudo, foram intensificados.“Evidentemente, com esse nível de tensão no Rio de Janeiro, a gente acaba redobrando a atenção aqui. Nós já conversamos entre as inteligências das forças de segurança, agora nós precisamos ampliar para outras áreas, como PRF, PF e Ministério Público. Isso servirá para reunirmos o maior número de informações e entrarmos em campo se necessário”, disse o coronel Graff ao ND Mais.
Entenda o que acontece no Rio de Janeiro
Uma grande megaoperação no Rio de Janeiro, desencadeada entre a Polícia Civil e a Polícia Militar, transformou a cidade em um cenário de guerra na zona Norte do Rio de Janeiro.A Operação Contenção, deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha, teve como objetivo frear o avanço territorial do CV (Comando Vermelho) e prender lideranças da facção.A ofensiva tomou conta do noticiário nacional e internacional ao longo do dia. Até o momento, foram registradas 64 mortes, segundo o R7. Segundo a Agência Brasil, o número de presos ultrapassou 100.
Fonte: ndmais