NITISINONE: O MEDICAMENTO QUE PODE REVOLUCIONAR …

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Pesquisadores de instituições britânicas e americanas anunciaram uma descoberta científica promissora: o uso do medicamento nitisinone pode tornar o sangue humano tóxico para mosquitos, representando um possível avanço na prevenção da malária, doença que ainda mata mais de 600 mil pessoas por ano no mundo.

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O que é o nitisinone?

O nitisinone é um medicamento já aprovado pela FDA para tratar doenças genéticas raras, como alkaptonúria e tirosinemia tipo 1. Ele atua bloqueando a enzima HPPD (4-hidroxifenilpiruvato dioxigenase), impedindo o acúmulo de subprodutos tóxicos no organismo humano.

Contudo, pesquisadores descobriram que, ao ser consumido por pessoas que recebem o tratamento, o sangue torna-se letal para mosquitos, especialmente os da espécie Anopheles gambiae, principal vetor da malária na África.

Como o nitisinone mata os mosquitos?

Quando o mosquito ingere sangue com nitisinone, a enzima HPPD também é bloqueada no corpo do inseto, o que impede a digestão do sangue. O resultado? O mosquito perde a capacidade de voar, entra em paralisia e morre em poucas horas.

O estudo revelou que a substância foi eficaz mesmo em concentrações baixas e agiu contra:

Mosquitos de todas as idades, inclusive os mais velhos, mais propensos a transmitir malária

Mosquitos resistentes a inseticidas convencionais

Insetos que sobreviveriam a outras abordagens farmacológicas

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Por que o nitisinone é mais promissor que a ivermectina?

A ivermectina já é utilizada em estratégias semelhantes, mas apresenta limitações:

É neurotóxica em altas doses

Tem ação mais curta na corrente sanguínea

Pode afetar outros insetos benéficos ao ecossistema

O nitisinone, por outro lado:

Permanece mais tempo no sangue humano (até 16 dias de eficácia)

Não afeta o sistema nervoso dos mosquitos

Tem menor toxicidade ambiental

Já é utilizado com segurança em recém-nascidos e gestantes para tratar doenças raras

Uma nova estratégia: “vacinar” comunidades inteiras

Embora o nitisinone não proteja diretamente contra a infecção por malária, ele pode reduzir drasticamente a população de mosquitos transmissores, funcionando como uma espécie de “vacina coletiva”. Ou seja, a proteção se dá pelo impacto comunitário, quebrando o ciclo de transmissão da doença.

“É como a imunidade de rebanho, mas com base na eliminação do vetor,” explicou Álvaro Acosta Serrano, parasitologista da Liverpool School of Tropical Medicine.

Desafios e próximos passos

Apesar do potencial, o medicamento ainda está em fase de pesquisa. Entre os desafios estão:

Alto custo atual do nitisinone, por ser voltado para doenças raras

Falta de dados sobre impactos ecológicos de longo prazo

Dificuldade em convencer pessoas a tomarem um remédio que não protege diretamente

Especialistas sugerem estratégias como:

Aplicação do nitisinone em gado, agindo como “iscas vivas” para mosquitos

Distribuição combinada com antimaláricos tradicionais

Alternância com ivermectina, onde esta já mostra resistência crescente

De herbicida a arma contra a malária: a história inusitada do nitisinone

O nitisinone foi originalmente desenvolvido como herbicida, inspirado em toxinas da planta australiana bottlebrush. No entanto, mostrou-se eficaz no tratamento de distúrbios humanos ligados ao metabolismo da tirosina. Hoje, pode estar prestes a cumprir uma nova missão: salvar vidas combatendo mosquitos.

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Uma promessa com impacto global

A descoberta do potencial do nitisinone como arma contra a malária oferece esperança renovada em um campo onde muitas estratégias têm falhado. Embora ainda em fase de testes, os resultados são promissores — e podem abrir caminho para novas abordagens de saúde pública, com menos impacto ambiental e maior eficácia coletiva.

Fontes:

Independent: Malaria breakthrough as scientists find drug makes human blood deadly to mosquitoes

Science Alert: Drug for rare disease turns human blood into mosquito poison

National Geographic: To fight malaria, scientists want to poison mosquitoes — with human blood

Publicado na revista científica Science Translational Medicine

Fonte: antena1

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