Leve aumento de ajuda não é suficiente para a …

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Por Olivia Le Poidevin

GENEBRA (Reuters) – Gaza tem recebido mais ajuda alimentar, mas o que entra ainda está longe de ser suficiente para aplacar a fome extrema e generalizada no enclave, disse a chefe do Programa Mundial de Alimentos (WFP, na sigla em inglês) à Reuters nesta quinta-feira.

‘Estamos recebendo um pouco mais de alimentos. Estamos indo na direção certa… mas ainda não é o suficiente para fazer o que precisamos para garantir que as pessoas não fiquem desnutridas e não passem fome’, disse a diretora executiva do WFP, Cindy McCain, em uma entrevista à Reuters via link de vídeo de Jerusalém.

McCain disse que o WFP agora consegue enviar cerca de 100 caminhões de ajuda por dia para Gaza. Durante o cessar-fogo de dois meses que terminou em meados de março, eram 600 caminhões diários.

O COGAT, braço das Forças Armadas israelenses que supervisiona o fluxo de ajuda para o enclave, disse em uma declaração conjunta com o Exército de Israel que todos os dias mais de 300 caminhões de ajuda humanitária entram em Gaza, a grande maioria transportando alimentos.

McCain encontrou-se com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em Jerusalém, segundo seus gabinetes. Uma declaração israelense informou que eles concordaram em redobrar os esforços para agilizar e manter a entrada de itens humanitários em Gaza, dadas as extremas necessidades no local.

Um relatório divulgado na sexta-feira por um monitor global da fome, o sistema Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês), afirmou que aproximadamente 514.000 pessoas — quase um quarto da população de Gaza — enfrentam condições de fome extrema na Cidade de Gaza e arredores.

Israel tem repetidamente rejeitado tais conclusões, classificando-as como falsas e tendenciosas em favor do grupo militante palestino Hamas, contra o qual tem lutado em sua guerra de quase dois anos.

McCain, que visitou Deir al-Balah e Khan Younis nesta semana — incluindo uma clínica de apoio a crianças e mulheres grávidas e lactantes — destacou as dificuldades contínuas na entrega de ajuda a populações vulneráveis nas entranhas de Gaza.

‘O que vimos foi uma devastação total. Basicamente, a área foi arrasada e vimos pessoas que estão seriamente famintas e desnutridas’, disse McCain.

‘Isso provou meu ponto de vista de que precisamos ser capazes de entrar profundamente nela (Gaza) para que possamos garantir que eles possam ter consistentemente o que precisam’, acrescentou.

Segundo ela, a modesta melhora na entrada de alimentos e suprimentos comerciais em Gaza ajudou os preços a caírem, mas a maioria das pessoas ainda não consegue comprar comida.

McCain disse estar esperançosa de que o WFP tenha mais acesso a Gaza após a reunião na quarta-feira com o chefe de gabinete militar israelense, o tenente-general Eyal Zamir, durante a qual ela pressionou por acesso irrestrito, rotas mais seguras e garantias de que os caminhões não enfrentem longos atrasos após a liberação ser concedida.

Uma declaração militar disse que Zamir enfatizou o compromisso de Israel em evitar a fome e permitir que a ajuda humanitária chegue aos habitantes de Gaza.

O relatório do IPC também alertou que a fome poderia se espalhar para os distritos central e sul de Deir al-Balah e Khan Younis até o final de setembro.

McCain descreveu o relatório do IPC como o ‘padrão ouro’ para medir a insegurança alimentar.

Israel considerou o relatório ‘profundamente falho’ e pediu ao IPC que o retirasse na quarta-feira. O IPC não teceu comentários de imediato.

(Reportagem de Olivia Le Poidevin)

Fonte: antena1

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