Sobre os 8 novos estelados do Guia Michelin de Portugal

GastronomiaSobre os 8 novos estelados do Guia Michelin de Portugal

Na nossa Viagem Gastronômica pelo Guia Michelin Portugal de 2025, que como já contamos por aqui teve brasileiros e mulheres brilhando, vamos falar um pouco mais sobre os oito nove restaurantes que receberam uma estrela. Sim, em um ano em que a sonhada terceira estrela não veio e não houve nenhum outro alçado às duas estrelas, os destaques na constelação foram as novidades na lista com uma estrela. Aqui, sempre vale recordar, que essa distinção indica que vale uma parada para se entregar aos prazeres da mesa.

Oito restaurantes ganharam uma estrela Michelin em Portugal. 

Arkhe (Lisboa)

O restaurante encabeçado pelo chef João Ricardo Alves e pelo sommelier colombiano Alejando Chávaro já esteve por aqui no ano passado, em um texto sobre o dia do veganismo. Mas, atenção! Apesar de alguns pratos veganos e a possibilidade de pedir um menu degustação 100% plant based com antecedência, o Arkhe é vegetariano. Sem pratos à la carte, o menu degustação é servido apenas à noite, custa 115 euros e tem hamonização por mais 105 euros. Quem preferir, também pode pairing sem álcool ou com pouca gradação.

Blind (Porto)

O Blind, inspirado no clássico Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago, é um dos tantos projetos do chef Vítor Matos, que tem duas estrelas com o seu Antiqvvum, no Porto, que visitamos dois dias antes da Gala Michelin. Quem toca o barco no dia a dia é Rita Magro, um talento incrível da gastronomia portuguesa sobre a qual falamos logo após a premiação do ano passado, no Algarve, quando o Blind entrou para a lista de “restaurantes recomendados”. Meses depois, tive a oportunidade de tê-la em um debate sobre saúde mental na gastronomia, durante o Congresso de Cozinha, um dos eventos mais importantes do setor na Europa, encabeçado pelo Paulo Amado. Nas duas oportunidades, ela mostrou toda a sua concentração no projeto, que é focado na exploração máxima dos cinco sentidos, com muitos ingredientes portugueses, é claro. Na casa, são ofertados menus de 10 (155 euros) e 12 momentos (175 euros).

Grenache (Lisboa)

O chef Philippe Gelfi, como o nome entrega, é francês, mais precisamente da região de Avignon. Começou a carreira aos 15 anos e passou, é claro, por alguns restaurantes estrelados de seu país, o que o deu knowhow para explorar novos horizontes no coração da Alfama, em Lisboa. Com técnicas  e sotaques franceses, ele aproveita a riqueza dos produtos sazonais portugueses para construir menus elegantes e dialógicos, que apresentam o que há de melhor da gastronomia dos dois países, em um endereço cheio de charme no Pátio de Dom Fradique, junto ao Palácio dos Condes de Belmonte. Há menus de 125 e 160 euros.

Marlene, (Lisboa)

A chef Marlene Vieira roubou a cena da Gala Michelin por ser, ao lado de Rita Magro, uma das mulheres que fazem a cena feminina na gastronomia portuguesa. No seu restaurante de fine dining, no Terminal de Cruzeiros, ela eleva os ingredientes portugueses à máxima potência, com muita investigação e experimentações envolvidas no processo. Volta e meia, também abre sua casa de alta gastronomia a chefs de todo o mundo, o que resulta em noites memoráveis de diálogos em torno da boa mesa. Além do Marlene, ela também tem outros projetos, igualmente focados na cozinha portuguesa. O Zunzum é um gastropub que funciona ao lado do restaurante gastronômico (com boa comida à la carte, com preços mais acessíveis) e também conduz seu projeto no Time Out Marketing, como uma das chefs (agora estrelada) que atraem muita gente ao Mercado da Ribeira.

Oculto (Vila do Conde)

Em mais um projeto do chef transmontano Vítor Matos, desta vez em Vila do Conde, a meia hora do Porto, o Oculto tem Hugo Rocha na cozinha de um restaurante que funciona dentro do antigo Mosteiro de Santa Clara, onde está instalado o hotel The Lince Santa Clara. O nome tem a ver com o projeto arquitetônico que exigiu uma completa escavação para recuperar o espaço repleto de história. Aproveitando-se da localização, ao lado do oceano, o menu premia ingredientes vindos do mar, o que incluí também as algas: o menu Flora, de cinco momentos, é vegetariano. Já o menu Imersão incluí peixes e frutos do mar e pode ser pedido nas versões de cinco e oito momentos.

Palatial (Braga)

O chef Rui Filipe entra para história da alta gastronomia ao colocar Braga na constelação do Guia Michelin. O Palatial fica a dez minutos do centro histórico dessa cidade, que nos últimos tempos recebeu a alcunha de Bragasil dada a quantidade de brasileiros que a elegeram como lar. A cozinha, portuguesa e mediterrânea, é democrática: o comensal pode escolher entre os menus degustação ou optar por pratos à la carte. Atualmente, há duas opções de menus degustação. O Tradição (90 euros), como o próprio nome indica, é voltado para a cozinha tradicional portuguesa. Já o Inovação (120 euros) propõe uma viagem pelo país, com altas doses de criatividade.

Vinha (Vila Nova de Gaia)

O projeto instalado no deslumbrante hotel Vinha Boutique, que tem quartos assinados, por exemplo, por Christina Lacroix, tem a consultoria do chef Henrique Sá Pessoa, do duas estrelas Alma, de Lisboa. No dia a dia, quem comanda a cozinha é Jonathan Seiller e quem dá o toque doce ao menu é a talentosa Ana Macedo, que nos impressionou com suas sobremas na visita ao restaurante no almoço que antecedeu a Gala Michelin. Diferente do projeto lisboeta de Sá Pessoa, a proposta do Vinha é mais clássica, mas mantém o uso dos ingredientes da região, com uma ou outra licença gastronômica proveniente das andanças do chef pelo mundo: ele mantém projetos em Amsterdan, Londres, Miami e Macau. O menu Identidade custa 125 euros e o restaurante também oferece pratos à la carte, como a Presa de Porco Ibérico com gamba violetae purê de rabanete e maçã (38 euros) ou o Lombo de Bacalhau Confitado, com Brandade e Couve (34 euros).

Yoso (Lisboa)

O brasileiro Habner Gomes supreendeu a todos ao anunciar, no ano passado, a sua saída do Matte, onde acabara de consquistar um dos prêmios do Lisbon Insiders. Não demorou para ele anunciar o novo projeto: o autoral Yoso, que segue a linha omakaze e recebe apenas dez comensais a cada jantar. O mineiro, que imigrou para Portugal ainda adolescente, para acompanhar a mãe e o irmão, iniciou a carreira em uma cozinha japonesa, o que forjou seu talento para a confecção de delicados pratos feitos com o frescor dos peixes e mariscos portugueses. O menu degustação custa 95 euros.

 



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