No final de janeiro, o Brasil ganhou um importante reconhecimento internacional: Márcio Silva, à frente do Bar Exímia, recebeu o prêmio de Melhor Profissional de Bar do Mundo. A coroação aconteceu no Prêmios Excelência, com o selo do governo de turismo espanhol.
Tudo isso nasce a partir de uma trajetória repleta de pontos altos. Foi ele o responsável pela abertura do SubAstor, por ter colocado o Guilhotina entre os 50 melhores do mundo pelo World’s 50 Best Bars e ser considerado uma das 100 pessoas mais influentes da indústria de bebidas e bares — antes do Exímia e de virar o Melhor Profissional de Bar do Mundo.

Márcio Silva no bar Exímia, no Itaim Bibi Foto: Leo Martins/Estadão
E foi no Exímia que ele mostrou toda sua técnica. Com o bar no Itaim Bibi, junto aos irmãos Gabriel e Nicholas Fullen e da chef Manu Buffara, Márcio desenvolveu uma carta de coquetéis autorais que teve como base pesquisas profundas de antropologia, originalidade e história dos coquetéis ‘vintages’ e clássicos, que com ingredientes naturais e nativos do Brasil se transformaram em criações contemporâneas, com sabores equilibrados.
Agora, com o prêmio entra em um novo momento da carreira. Abaixo, confira a conversa de Paladar com Márcio, falando sobre os novos caminhos da carreira e do mundo dos bares.
Márcio, como foi a experiência de ser premiado como o Melhor Profissional de Bar do Mundo? O que isso significa pra você?
Estou rindo de felicidade, pois ainda estou processando essa informação. Fiquei meio sem entender a grandeza disso. Então, conversei com alguns amigos internacionais do cenário de bares e também com algumas pessoas que fazem parte da empresa que me elegeram como melhor profissional de bares mundial. [Eles] me disseram que a premiação tem a ver com o conjunto da obra dos últimos anos até os dias atuais e isso me deixou mais feliz.
Como avalia, hoje, o cenário dos bares no Brasil? Acredita que estamos acompanhando o ritmo do mundo?
Estamos num ritmo ótimo em nosso cenário brasileiro, porém há mais demanda de trabalho do que profissionais de bar. Também é necessário aprender que os coquetéis são para todas as pessoas, que são ferramentas para criarem experiências democráticas e não somente gourmetizadas para um certo tipo de público.
O que falta para liderarmos o setor — se é que ainda falta algo?
Nossa situação demográfica não ajuda muito, e ainda o Brasil, por mais lindo que seja, não é tão desenvolvido para o turismo. Estamos melhorando, mas ainda estamos muito longe dos países desenvolvidos para turismo.

Exímia Bar oferece bebidas autorais, com a assinatura de Márcio Silva Foto: Léo Martins/Estadão
Qual o segredo para se diferenciar como profissional de bar? O que acredita que te coloca em outro patamar?
Ser comprometido, se atualizar sempre e compartilhar conhecimento sempre que possível.
Já são seis meses com o Exímia. Como vê esse período?
Ainda estamos aprendendo muito uns com os outros, estamos buscando consistência e nos aprimorando diariamente, mas com 6 meses já estamos colhendo grandes frutos.