Mandela, safári e bilhões de dólares: o segredo de um dos melhores hotéis da África do Sul

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Não é preciso, nem possível, subir a bordo de um dos foguetes da Virgin Orbit para chegar a Ulusaba, reserva de animais na África do Sul. Aliás, do Brasil, nem sai voo da Virgin Atlantic, mas há aéreas nacionais que fazem São Paulo a Joanesburgo em 8 horas e meia por cerca de R$ 3000. Depois, são mais duas horas até o refúgio na savana de Sir Richard Branson.

O bilionário inglês detentor do conglomerado Virgin, aproximou-se do continente africano depois de Nelson Mandela ser libertado da prisão, nos anos 1990. Com o líder antiapartheid, criou amizade, projetos sociais e, claro, business, como hotéis. Não bons, maravilhosos hotéis.

Mais do que um deles, o Ulusaba Safari Lodge é uma interpretação atual e precisa de luxo. Dessas onde banheiras com cosméticos refinados e sem parabenos ou camas maravilhosas com lençóis de incontáveis fios e montanha de travesseiros com plumas de origem já não bastam.

Sir Branson percebeu há tempos que uma propriedade exclusiva, de localização privilegiada, precisa de uma equipe para defendê-la. Gente que, com gentileza e conhecimento de causa, dá alma ao lugar, gente que antecipa possíveis necessidades e supera expectativas dos hóspedes.

Elephant Room, um dos quartos com vista do Ulusaba Safari Lodge Foto: adam slama

Não à toa, no Ulusaba você é mimado. Noite e dia. Da chegada à (inevitavelmente triste) despedida. Não é só a tacinha de espumante nacional de boas-vindas, são os gnus e veados observados até a recepção, é a agilidade no check-in, a vista, o frigobar cortesia turbinado por cookies recém assados e outros snacks. Mais: a lavanderia liberada durante toda a estadia!

Um tantão de gracinhas que se apequena diante dos safáris. Muito mais do que ver rinoceronte, leão e leõezinhos, girafa e elefante, coisa que o lado ocidental da Reserva Natural Sabi Sand, na província de Mpumalanga, facilita, trata-se de catarse ao amanhecer e ao entardecer.

Purificação? Libertação? Cada um tem a sua. Ou as suas: o enfrentamento do medo, o embasbacamento diante da beleza, a conexão com a natureza, a ode ao silêncio, o resgate de sensações infantis e o despertar de outras que nem podem ser catalogadas, ainda assim, acompanham, em pitstops bucólicos, pequenas refeições festivas.

Parece bobagem, mas para quem, como eu, vive de comer, pensar e falar sobre comida, ter um cafezinho com Amarula às brumas da manhã ou um rosé local diante de um arco-íris, seja seguido de sanduichinhos ou de uma estação de panquecas, é o ápice do carinho. Não é sobre a qualidade dos grãos de café, nem da safra do vinho, tampouco da deliciosidade da comida em si, é sobre a essência da boa mesa – a comunhão.

Família de leões observada em safári do Ulusaba na Reserva Natural Sabi Sand Foto: adam slama

No Ulusaba, isso vale para mesinhas improvisadas na traseira de um jipe e para as mesas de cafés da manhã e almoços leves, coloridos, frescos e descomplicados, em que você se junta com sua própria turma. Vale também para a mesona em que todos os hóspedes juntos descobrem tradições culinárias e culturais das comunidades ao redor.

Não esperem animais selvagens, mas é bom saber que todo bicho abatido naquele habitat é honrado das patas à cabeça, seja em ensopados, grelhados ou refogados na companhia de grãos, purês e mingaus. Nada mais natural do que o zero desperdício, não é mesmo? Porém, a real dimensão do gesto tive por acaso.

À noite ninguém vaga sozinho pelas pontes pênseis que levam aos quartos. Há sempre funcionários que, mesmo sem lanterna, identificam movimentos no breu. Se têm medo? “Não queremos encontrar um leopardo, mas podemos atravessar o campo no escuro”, conta Michael.

Quando era pequeno, ele ajudava a família com uma vaca e alguns carneiros. Num descuido, deixou um boi ser devorado por um leão. “Era nosso sustento e eu não tomei conta direito, então, passei muitas noites sozinho, do lado de fora, para protegê-los”. Aos meus ouvidos, talvez ingênuos, soou cruel. A seus olhos, uma lição: “Desde meus antepassados fazemos assim e assim aprendemos a dar valor ao alimento”.

Você passa anos percorrendo centenas de estrelas Michelin, incontáveis menus degustação, entrevistas com chefs do mundo inteiro e, de repente, numa caminhada pela escuridão do Ulusaba, dá mais um sentido ao próprio cotidiano.

Ulusaba Safari Lodge

Diárias a partir de US$ 870. Mais informações: www.virginlimitededition.com/ulusaba/lodges/safari-lodge/



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