O filme de animação “A Desconhecida” tem novidades: a SBS Studios acaba de firmar parceria com a Europa Filmes, que será responsável pela distribuição no Brasil e na América Latina, e também inicia um processo de tokenização para viabilizar parte de seu financiamento de forma descentralizada. Com estreia prevista para 2027, a produção ítalo-brasileira aposta em tecnologia de ponta, trilha sonora internacional e uma narrativa que entrelaça ficção científica, cultura indígena e história contemporânea.

Toque para aumentar
Para falar sobre os bastidores do projeto, o diretor Cristiano Stern (na foto acima) — criador do universo transmídia Die Gotica — conversou com exclusividade com a reportagem do site da Rádio Antena 1.
“Não é só um filme. É uma experiência narrativa que atravessa mídias, épocas e culturas”, define.
“A ideia surgiu há muitos anos, quando comecei a escrever o Die Gotica Universe. Sempre me interessei por histórias que cruzam fronteiras temporais e culturais. ‘A Desconhecida’ nasceu como um conto, depois virou romance, e agora ganha forma em uma animação 3D”, explica.
Protagonistas improváveis, enredos paralelos

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A trama acompanha duas jovens de mundos distintos: uma guerreira indígena Mbya no Brasil colonial e a filha de um cientista nazista na Berlim da Segunda Guerra. Seus destinos se entrelaçam quando uma força misteriosa as conecta por meio do tempo e da memória.
“É uma história sobre amizade e sobrevivência entre duas garotas que, em tese, jamais se encontrariam”.
“Uma representa o espírito ancestral da floresta. A outra vive o trauma da guerra e da culpa herdada. Ambas se tornam protagonistas de uma saga que transcende suas realidades”, diz o diretor.
Estilo visual e sonoro único
A animação mistura referências como anime, steampunk, art nouveau e simbologia indígena, resultando em um universo visualmente impactante.
“Não queríamos copiar padrões da indústria. Desenvolvemos uma estética própria. Há algo de sensual, espiritual e dramático ao mesmo tempo”, descreve.
A trilha sonora também chama atenção: foi gravada em três países e combina música eletrônica com orquestra e cantos tribais.
“O som é um personagem à parte. Ele conduz as emoções, o ritmo e a espiritualidade da narrativa”, destaca.
Da música à narrativa transmídia
Com formação musical e passagens pela produção de artistas como Rhapsody, Stern iniciou sua carreira como produtor de álbuns e shows na Itália antes de migrar para o audiovisual. No Brasil, fundou o SBS Studios, com sede na Ilha Comprida (SP), e se dedica ao desenvolvimento de narrativas multiplataforma.
“Eu não penso uma história como um filme apenas. Penso como um ecossistema de significados. O Die Gotica Universe é isso: uma mitologia moderna. Não é só entretenimento — é filosofia, arte e crítica política”, afirma.
Inovação em modelo de produção
Além do incentivo do programa Ibermedia, o projeto adota um modelo inovador de financiamento: a tokenização da produção por meio de criptoativos.
“É uma nova forma de fazer cinema independente, especialmente útil em projetos autorais e complexos como este.”
A distribuição está garantida pela Europa Filmes, e o início da animação 3D está previsto para setembro de 2025. O lançamento deve ocorrer em 2027, com foco em festivais internacionais e plataformas sob demanda.
A cultura brasileira como força criativa
Casado com uma brasileira e radicado no país, Stern vê o Brasil como centro criativo e espiritual do seu projeto.
“O Brasil é um laboratório de futuros. A fusão de culturas, línguas e crenças cria uma energia única. E isso se reflete nas personagens, na trama, nas escolhas visuais. O que começa na floresta amazônica termina em uma guerra interplanetária. Mas tudo com alma brasileira”, diz.
Expansão do Die Gotica Universe

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“A Desconhecida” é apenas uma das obras que integram o Die Gotica Universe. O projeto já inclui a série “Die Gotica”, os livros “Eva Lemsky – L’Ultima Spia di Mosca” e “A Insurreição dos Semideuses”, e ainda prevê adaptações para games, histórias em quadrinhos e experiências em realidade virtual.
Entre os arcos futuros, destaca-se a história da Papisa do Rio de Janeiro, figura misteriosa que lidera uma nova ordem mundial em um futuro distópico.
“A Papisa representa uma inversão de poderes. Uma mulher sul-americana que desafia a geopolítica global. É uma das personagens mais enigmáticas que criei”, antecipa.
Uma experiência interdimensional
Stern convida o público a mergulhar nesse universo de forma interativa.
“Cada parte do Die Gotica Universe é uma porta. O espectador pode entrar por um livro, uma série, uma trilha sonora ou um jogo. Tudo está interligado”, diz.
No site oficial do projeto, o público já pode conferir o conteúdo introdutório e acompanhar o desenvolvimento de ‘A Desconhecida’.
Fonte: antena1