Em meio aos trabalhos para aprovar a dupla listagem das ações nos Estados Unidos, a JBS registrou o segundo melhor primeiro trimestre de sua história em termos de resultado, com Seara e Pilgrim’s sendo os destaques do período e a alavancagem apresentando queda.
A companhia de alimentos fechou o primeiro trimestre com um lucro líquido de R$ 2,9 bilhões, um aumento de 77,6% em relação ao mesmo período de 2024, segundo o balanço divulgado nesta terça-feira, 13 de maio.
O resultado superou a média das expectativas colhidas pela Bloomberg com analistas que acompanham a empresa, que indicava um lucro de R$ 2,7 bilhões no período.
No primeiro trimestre, a JBS registrou uma receita líquida consolidada de R$ 114,1 bilhões, o que representa um aumento de 28% em relação ao mesmo período do ano passado, também superando as expectativas do mercado, que apontavam para R$ 107 bilhões. No período, 76% das vendas globais foram em mercados domésticos onde a companhia atua e 24% por meio de exportações.
O Ebitda ajustado da JBS atingiu R$ 8,9 bilhões, um crescimento anual de 39%, enquanto a margem alcançando 7,8%, aumento de 0,6 ponto percentual em relação ao ano anterior.
“Trimestre após trimestre, nossos resultados comprovam que fizemos as escolhas corretas na construção e gestão de nossa plataforma global multiproteínas”, afirma, na carta que acompanha o balanço, Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS.
No balanço, a JBS destacou o desempenho dos negócios de aves e suínos no Brasil e nos Estados Unidos, com Seara e Pilgrim ‘s registrando os melhores resultados para o período.
A Seara registrou receita líquida de R$ 12,6 bilhões, alta de 22% em base anual, com o Ebitda ajustado alcançando R$ 2,5 bilhões, aumento de 109%. As vendas no mercado doméstico, que responderam por 45% da receita da unidade, totalizaram R$ 5,7 bilhões, alta de 9%.
Segundo a JBS, o desempenho no mercado local é resultado do aumento dos preços, consequência da ampliação do portfólio de valor agregado e de uma estratégia para mitigar os maiores custos da cadeia.
No mercado externo, a receita líquida da Seara atingiu US$ 1,2 bilhão, aumento de 14%, puxado tanto por maiores volumes vendidos quanto por preços médios mais altos em dólares, impulsionados pela forte demanda.
A Pilgrim’s apresentou uma receita líquida de R$ 26,1 bilhões no período, aumento de 21%. Segundo a JBS, a unidade se beneficiou principalmente da forte demanda por frango nos Estados Unidos, dado o preço competitivo e conveniência em relação às outras proteínas, além de parcerias estratégicas com clientes-chave, expansão e diversificação do portfólio e execução operacional.
No México, houve crescimento de parcerias com clientes-chave e expansão da oferta de produtos de valor agregado, enquanto na Europa a Pilgrim’s aumentou a oferta de produtos e parcerias com clientes.
A diversificação geográfica e de proteínas ajudou a JBS a lidar com a manutenção da pressão sobre as margens da JBS Beef North America. A unidade registrou um Ebitda negativo de R$ 587,2 milhões, um aumento em relação ao resultado negativo do primeiro trimestre de 2024, de R$ 48,6 milhões.
Já JBS Brasil registrou uma receita líquida de R$18,5 bilhões, alta de 30%, puxado pelo crescimento dos volumes vendidos quanto dos preços. O Ebitda ajustado avançou 19,1%, para R$ 766,1 milhões, mas a margem foi pressionada pelo forte aumento do preço do gado, fechando o trimestre em 4,1%.
A JBS concluiu o primeiro trimestre de 2025 com alavancagem financeira em dólar menor, saindo das 3,66 vezes apuradas no primeiro trimestre de 2024 para 1,99 vezes no começo do ano. Em reais, a relação entre dívida líquida e Ebitda caiu de 3,70 vezes para 2,04 vezes.
A dívida líquida do trimestre encerrou em US$ 14,8 bilhões, um aumento de US$ 1,2 bilhão na comparação com o quarto trimestre, com a JBS afirmando que o resultado do consumo de caixa é característico do período.
As ações da JBS fecharam o pregão com queda de 2,48%, a R$ 40,85. No ano, os papéis acumulam alta de 10,1%, levando o valor de mercado a R$ 90,6 bilhões.
Fonte: Neofeed