Quem são os novos players que podem dar uma injeção de dinheiro que a Oncoclínicas tanto precisa

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A Oncoclínicas avança nas tratativas para implementar uma reestruturação que envolve reforço de caixa e entrada de novos sócios relevantes.
A operação deve ser destravada a partir da Assembleia Geral Extraordinária marcada para 9 de setembro, quando os acionistas votarão a proposta de alteração do estatuto social que amplia o limite de capital autorizado da companhia de 800 milhões para 1,3 bilhão de ações ordinárias.
Desse novo limite, contudo, sobraria uma folga de apenas 800 milhões de ações – 500 milhões já teriam sido emitidas. Considerando o valor de tela de R$ 2,94, do fechamento do pregão de quarta-feira, 27, o aumento de capital teria um limite próximo de R$ 2,32 bilhões, com o valor final dependendo da demanda pelos papéis.
Com o atual valor de mercado de R$ 1,92 bilhão, a operação tem potencial de diluir a participação dos principais acionistas da empresa, que incluem a gestora americana Centauro, a brasileira Latache, o banco Master e o fundador da rede, Bruno Ferrari.
Entre os interessados em participar do aumento de capital está o empresário Joesley Batista – movimento antecipado pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo, e confirmado pela reportagem.
Além dele, o NeoFeed apurou que a gestora de special situations Starboard Partners tem interesse na operação, e que a Latache Capital, com 14,5% de participação, deverá ampliar sua fatia no negócio. A ARC, debenturista dos papéis, também avalia entrar na base de acionistas.
Segundo fontes ouvidas pelo NeoFeed, a transação poderá ocorrer em duas frentes: por meio da conversão de debêntures já existentes no mercado e pela injeção direta de capital novo na companhia. O desenho final ainda está em discussão, mas a expectativa é de que a operação dê fôlego financeiro à Oncoclínicas em meio ao desafio de equilibrar seu balanço.
O NeoFeed também confirmou que a companhia pretende inserir bônus de subscrição trimestral pelo prazo de três anos na proporção de um bônus para cada ação.
O quadro financeiro ajuda a explicar a pressa na reorganização. A companhia encerrou o segundo trimestre com dívida líquida de R$ 3,9 bilhões, equivalente a 4,4 vezes seu Ebitda. No mesmo trimestre do ano passado, essa relação era de 2,5 vezes.
Do total de R$ 5,1 bilhões em dívida bruta, cerca de R$ 2,42 bilhões correspondem a debêntures e R$ 2,27 bilhões a empréstimos e financiamentos, enquanto o restante está dividido entre obrigações por aquisições e instrumentos derivativos.
A pressão da alavancagem também tem se refletido no mercado secundário de dívida. Nos últimos dias, as debêntures da companhia estão sendo negociadas com 60% a 70% do valor de face, em mais um sinal da preocupação dos investidores com a capacidade de geração de caixa e o nível de endividamento da Oncoclínicas.
Com dúvidas sobre a real capacidade de pagamento, a avaliação de credores é a de que o melhor cenário pode ser uma ampla adesão à conversão de debêntures no aumento de capital.
Debenturistas e potenciais investidores aguardam por detalhes sobre os termos do aumento de capital para baterem o martelo sobre a entrada na operação e em qual tamanho. Entre os maiores credores da companhia estão o Santander, o BB DTVM e a asset do BTG Pactual.
De volta às origens
Além do aumento de capital, que deve reforçar o caixa e reduzir o endividamento com a conversão de debêntures, a Oncoclínicas também vem colocando em prática um plano de desinvestimentos. Entre segunda-feira, 25 e quarta, 27 de agosto, a companhia anunciou a venda do Complexo Hospitalar de Uberlândia, em Minas Gerais, e do Hospital de Oncologia do Méier, no Rio de Janeiro.
Fontes a par das negociações confirmaram que o plano da Oncoclínicas é sair integralmente das áreas que não sejam de oncologia, em um movimento de “volta às origens”.
A avaliação interna é a de que justamente essas frentes adjacentes foram as que mais consumiram caixa nos últimos anos. Assim, a venda desses ativos não representa apenas o valor imediato das transações, mas também a economia futura gerada pela descontinuidade de operações que drenavam recursos.
Nas negociações de saída das operações hospitalares, a Oncoclínicas tem buscado incluir uma cláusula de exclusividade na prestação de serviços oncológicos por prazos que variam de 20 anos a 30 anos.
Dessa forma, a companhia garante a manutenção de sua principal atividade dentro das unidades vendidas, ao mesmo tempo em que transfere o capex e os custos de manutenção hospitalar para os novos controladores.
Apesar das tentativas de se reerguer, a Oncoclínicas tem sofrido forte desvalorização na bolsa, com queda acumulada de 47% desde o início de agosto. No ano, contudo, as ações acumulam 24% de valorização.
Procuradas pela reportagem, ARC, Latache e Starboard não responderam à solicitação de posicionamento. O NeoFeed também entrou em contato com a J&F, de Joesley Batista, e a Oncoclínicas, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Fonte: Neofeed

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