Palmito em conserva pode ser uma mão na roda quando se tem pressa na cozinha. Direto do pote, sem precisar de cozimento, no máximo um enxague rápido para tirar a salmoura, vai parar na salada ou no refogado pá-pum, que o transforma em recheio de torta, do pastel, da panqueca…
Prático, saboroso, mas, cá entre nós, chatinho de comprar – ou vai dizer que você nunca ficou perdido diante da variedade de tipos de palmito disponível nas gôndolas?! Isso sem falar na chance, que é alta, de escolher um pote “premiado”, cheio de toletes fibrosos, impossíveis de mastigar.
Por ser o mais sustentável dos palmitos, já que é facilmente cultivável, a estrela escolhida para esta edição do Paladar Testou é o palmito pupunha. Para se ter uma ideia, enquanto o palmito juçara (que quase foi extinto por conta de extração ilegal e predatória), por exemplo, leva de oito a 17 anos para estar pronto para ser colhido, o de pupunha precisa de apenas dois anos para atingir a maturação. Além disso, como pode ser perfilhada, a palmeira de pupunha não morre com a extração do palmito.
Para realizar o teste, o Paladar selecionou dez marcas de palmito pupunha disponíveis no mercado. Por questão de padronização e equidade, foram selecionados apenas palmitos em tolete, versões picadas, tipo espaguete, ou afins ficaram de fora.
Como foi realizado o teste?
Como em todas as provas realizadas pelo Paladar, a reportagem fez um levantamento das marcas de palmito pupunha em conserva disponíveis no mercado e, nos dias anteriores ao teste, as amostras foram adquiridas em grandes redes da capital paulista. Ou seja, as marcas não tinham ciência de que seus produtos seriam submetidos a uma degustação às cegas.

O júri: a jornalista Danielle Nagase e os chef Estela Passoni, Paulo Neves e Carla Costa. Foto: Felipe Rau/Estadão
O Paladar Testou é uma iniciativa 100% editorial. Além disso, o júri também não tinha conhecimento de quais marcas faziam parte da seleção antes do resultado da apuração.
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Para garantir o “anonimato” dos palmitos, os toletes foram apresentados aos jurados fora das embalagens, em pratos identificados apenas por números. Para encontrar o melhor deles, os jurados provaram as amostras puras, avaliando a aparência, o aroma, a textura e o sabor de cada produto.
Para compor o júri, além da repórter que vos fala, o Paladar recrutou três chefs de cozinha: Carla Costa, do Tabôa, Estela Passoni, do restaurante homônimo, e Paulo Neves, da Ghee Banqueteria.
Os melhores palmitos pupunha em conserva
1º Ipanema
Com boa aparência, aroma neutro, textura perfeita (macia e crocante) e acidez delicada, o palmito pupunha da marca arrebatou o coração (e o paladar) dos jurados. Com tamanho desempenho, a marca conquistou o Selo Ouro nesta degustação (R$ 22,10; 300g drenado)

Palmito pupunha da marca Ipanema, que ganhou o Selo Ouro na degustação do Paladar. Foto: Felipe Rau/Estadão
2º Gini
De origem controlada, os palmitos pupunha da marca que conquistou o Selo Prata do Paladar estão “sempre macios”, como garante o rótulo. E a textura, de fato, macia na medida e levemente crocante, foi muito elogiada pelos jurados. Perdeu uns pontinhos pela acidez um tiquinho elevada (R$ 28,60; 270g drenado)

Palmito pupunha da marca Gini, que ganhou o Selo Prata na degustação do Paladar. Foto: Felipe Rau/Estadão
3º Tuim
Orgânico, o palmito pupunha da marca conquistou o último lugar no pódio do teste – e, com isso, o Selo Bronze do Paladar –, pela boa aparência e sabor. Perdeu alguns pontinhos, porque um dos toletes apresentou textura um pouco fibrosa (R$ 21,98; 300g drenado)

Palmito pupunha da marca Tuim, que ganhou o Selo Bronze na degustação do Paladar. Foto: Felipe Rau/Estadão
As dez marcas, na avaliação do júri, listadas em ordem alfabética

As dez marcas de palmito pupunha em conserva avaliadas às cegas no teste do Paladar Foto: Felipe Rau/Estadão
A marca entrega o que promete no rótulo: palmito extramacio. Os jurados, porém, sentiram falta de cerca crocância na mordida. Sabor e aroma estavam OKs (R$ 21,70; 150g drenado)
100% cultivado, o palmito pupunha da marca destacou-se por sua neutralidade. “Não é nada marcante, poderia ter pelo menos um pouco de acidez”, reclamou o júri (R$ 31,60; 270 drenado)
Não deu pra ele – e nem foi pelos toletes em formato não padronizado. O palmito da marca apresentou textura molenga, aroma “estranho” e sabor levemente amargo, como se estivesse passado (R$ 23,99; 270g drenado)
“Sempre macios”, promete o rótulo. De fato, os jurados, inclusive, pontuaram que a textura poderia estar um pouco mais crocante. No sabor, a acidez acentuada tirou alguns pontos da amostra (R$ 27,80; 270g drenado)
A marca perdeu pontos porque alguns toletes (100% ecológicos) apresentaram textura um pouco fibrosa, além de um residual levemente amargo (R$ 27,80; 300g drenado)
De origem 100% reflorestada, apesar do aroma e sabor agradáveis, boa parte dos toletes apresentou textura fibrosa. “Não consegui comer”, reclamou um dos jurados (R$ 22,90; 270g drenado)
Não houve o salvasse esse palmito na avaliação dos jurados. Além da textura molenga, apresentou aroma e sabor desagradáveis (R$ 22,90; 300g drenado)