Donald Trump, J.D Vance e assessores da presidência andam chamando a atenção pelo tom azul vibrante de seus ternos. É fato que, ao invés do tradicional azul-marinho, o presidente americano e sua turma na Casa Branca vem apostando nesta “ousadia fashion”. Mas por que? Simples, o azul-vivo (ou azul cobalto) lembra mais a bandeira dos Estados Unidos, especialmente quando combinado à camisa branca e gravata vermelha, criando um elo subliminar entre a pessoa e o patriotismo
Outra explicação seria porque o terno azul-vivo é mais fácil de identificar em telas e imagens, por isso é um dos tons favoritos de apresentadores de telejornais nos Estados Unidos, comentaristas esportivos, executivos da nova geração (que não querem se vestir exatamente como seus pais, em ternos escuros) e celebridades como Brad Pitt e Ryan Gosling, que adoram experimentar cores.
Mas no caso da Casa Branca, tem realmente a ver com o patriotismo. O Secretário de Defesa Pete Hegseth, por exemplo, é um dos que vira e mexe aparece com um terno nesse tom para claramente evidenciar seu apoio ao presidente.
O efeito é uma masculinidade mais ostensiva, o que faz sentido para a turma de Trump e os aspirantes a executivos de Wall Street. Antigamente, a política e as finanças eram adeptas da discrição, cujo princípio era estar bem arrumado, se encaixar e não chamar tanta atenção, mas isso começou a mudar na década de 1980, com visuais plantados por Gordon Gekko, personagem de Ivan Boesky no filme “Wall Street”, cujo advento como paradigma da cultura pop coincidiu com os anos de formação de Trump no mercado imobiliário de Nova York. Não por acaso esse azul em particular também era favorito entre certos empresários da indústria italiana, como Gianni Agnelli.
Tendência de moda?
Ainda assim, embora o terno azul-vivo esteja, sem dúvida, se tornando mais visível, não se pode chamar de uma tendência – pelo menos não havia nada parecido nos desfiles masculinos de outono inverno em Milão ou Paris. A maioria dos membros do gabinete continua com os consagrados ternos azul-escuros, optando ocasionalmente pelo azul vivo ou a gravata vermelha de Trump como sinal de lealdade.
O mais provável é que eles simplesmente se tornem uma parte mais comum do guarda-roupa profissional masculino. Segundo o alfaiate americano Alan Flusser, no segundo mandato de Trump, vendeu cerca de 50 ternos azul-marinho, mas apenas três foram de cor mais vibrante. Esse número pode até aumentar, mas ainda não é a cor dominante.
Fonte: veja.abril