Brasília – O que seria uma reunião mais restrita entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e empresas de alimentos acabou com um amplo encontro com a presença de cinco ministros e secretários de sete pastas e agências governamentais.
Durante a reunião, no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), foi discutido o plano de contingência para enfrentar o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que começa nesta quarta-feira, 6 de agosto.
O NeoFeed apurou que três principais medidas devem ser implementadas tão logo o tarifaço comece a valer: linhas de crédito mais vantajosas para os setores impactados, compra de alimentos para o mercado interno e reembolso de 3% de impostos de exportação.
A ideia para longo prazo é oferecer linhas de crédito com juros mais baixos, a partir de prazos mais amplos de carência. O detalhamento do benefício está sendo feito pelo Ministério da Fazenda e deve ser anunciado ainda na quarta-feira.
No segundo caso, a compra de bens perecíveis é avalizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e pretende criar regras para abastecer escolas públicas principalmente e também pessoas em situação de insegurança alimentar.
Cinco representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estiveram na reunião no ministério, incluindo o presidente do órgão, João Edegar Pretto. A companhia é quem deve planejar as compras dos setores de frutas e carnes.
O governo também deve acatar uma proposta feita por empresários ao longo dia a Alckmin de incluir companhias impactadas pelo tarifaço dos Estados Unidos no programa Acredita Exportação, que estabelece a devolução de 3% dos impostos cobrados.
Além de participar da reunião com o setor de alimentos, Alckmin também se reuniu via videoconferência com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e representantes do setor de pneus, que também serão afetados pelo tarifaço.
Mesmo com algumas medidas na mesa de negociação, empresários que se encontraram com o vice-presidente nesta segunda-feira, 4 de agosto, reclamaram da falta de medidas mais objetivas para enfrentar o tarifaço de Trump
“Para o setor produtivo até agora não foi anunciada nenhuma medida, para os empresários do pescado é frustrante”, disse Eduardo Lobo, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca).
Alckmin anunciou também que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) autorizou que o Brasil acione a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o tarifaço. Como mostrou o NeoFeed o escritório norte-americano Baker McKenzie assessora o governo Lula no contra-ataque a Trump. O argumento é o descumprimento de acordos internacionais.
Fonte: Neofeed