Após onda de M&As, Iguatemi coloca shoppings em “modo obra”

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A virada do segundo para o terceiro trimestre de 2025 trouxe um bom retrato do momento e, principalmente, dos planos da Iguatemi. Em 30 de junho, a operadora de shopping centers fechou a venda de uma fatia de 49% do Complexo Market Place e do Galleria Shopping, por R$ 500 milhões.
O reforço no caixa veio após uma intensa onda de M&As, desde meados de 2024. O principal deles, de R$ 2,6 bilhões, envolveu a compra de uma fatia do Pátio Paulista e a ampliação da participação no Pátio Higienópolis. Com o auxílio de investidores, o acordo foi concluído também em 30 de junho.
Essa transação também se conecta com um outro movimento, anunciado no dia seguinte. Em 1º de julho, a Iguatemi assumiu a gestão do Pátio Paulista. E esse novo passo resume como a busca por melhorias em seu próprio portfólio serão as prioridades na vitrine do grupo daqui para frente.
“Temos planos de ataque de 90 dias, de 180 dias e de três anos. Isso já faz parte do nosso DNA”, diz Guido Oliveira, CFO da Iguatemi, ao NeoFeed. “Nesse primeiro momento, no Pátio Paulista, temos um trabalho forte nos tratamentos de pisos, fachadas, de pintura, e também naquilo que o cliente não vê.”
Se no Pátio Paulista esse “ataque” ainda está concentrado mais nos bastidores, no RioSul, outro empreendimento que passou a integrar o portfólio da Iguatemi recentemente, essa agenda de integração e melhorias já está alguns passos adiante.
O grupo comprou uma fatia minoritária, de 16,6%, do shopping em julho de 2024, por R$ 360 milhões. E, no acordo, que marcou o seu retorno ao mercado do Rio de Janeiro, passou também a administrar o centro de compras, a partir de setembro do mesmo ano. E já começa a avançar para mudanças no mix.
“No RioSul, nós já colocamos o nosso padrão e estamos conseguimos trazer marcas com um nível um pouco acima do que o shopping operava”, afirma o CFO. “Até então, o empreendimento não tinha a entrada que temos com o perfil de marcas que nós trabalhamos nos nossos principais shoppings.”
Nesse contexto, o pacote mais recente de novidades no portfólio do RioSul inclui contratos já assinados, mas ainda sem previsão de abertura, com a Care Natural Beauty, marca de beleza; a Lenny Niemeyer, de moda-praia; e a grife de óculos Zerezes.
“Já temos muitas propostas em fase de assinatura e teremos mais novidades no RioSul nesse segundo semestre”, diz Oliveira. “Já no Pátio Paulista, nossa expectativa é de uma movimentação no mix ao longo de 2026, já que acabamos de assumir a administração.”
Segundo o executivo, o plano para os dois centros é seguir o mesmo roteiro cumprido no Pátio Higienópolis. Com a transação recente, o grupo, que já administrava o empreendimento há cerca de uma década, ampliou sua participação na operação de 12% para 29%.
“Nós fomos mudando a forma do Pátio Higienópolis se apresentar ao cliente”, diz o CFO. “E, apesar de ser o menor, hoje, ele é o que tem o maior NOI (resultado operacional) dos três empreendimentos, o que mostra o potencial de trazermos rentabilidade para o Rio Sul e o Pátio Paulista.”
O Pátio Higienópolis também ilustra como a Iguatemi segue renovando o seu mix em outros ativos do seu portfólio. No caso do shopping, uma das novidades mais recentes sob essa ótica foi a inauguração, em junho, de uma loja da Dolce&Gabbana.
Como parte dessa estratégia, outras aberturas marcaram o segundo trimestre nos shoppings do grupo. Em maio, por exemplo, a Alo, grife de atlheisure, escolheu o JK Iguatemi para inaugurar sua primeira loja no Brasil. A marca também vai abrir uma loja no Iguatemi São Paulo nesse segundo semestre.
Principal ativo da empresa, o Iguatemi São Paulo também recebeu, em junho, a primeira loja da Comme des Garçons no País. E será o palco da estreia da grife H&M em solo brasileiro, no dia 23 de agosto. Além de receber uma loja da Alo, até o fim do ano, e uma da Moncler, ainda sem previsão de abertura.
A agenda da segunda metade de 2025 do grupo passa ainda pela inauguração da Zara no Iguatemi Porto Alegre e por uma expansão da loja da marca no Iguatemi Campinas. E também inclui o início das obras da expansão do Iguatemi Brasília e do retrofit do Market Place, no quarto trimestre.
Ainda há espaço, porém, para outras movimentações. Em comunicado que acompanhou o balanço do segundo trimestre, divulgado na noite de terça-feira, 4 de agosto, a Iguatemi anunciou a conclusão de um acordo com a Fundação dos Economiários Federais (Funcef).
A Funcef, que já e coproprietária do Pátio Paulista, exerceu seu direito de preferência, comprou uma participação adicional de 10% da totalidade do shopping, sendo 10,5% do empreendimento original e 7,7% da expansão, pelo valor de R$ 244,5 milhões.
Nesses termos, 70% do valor será pago à vista e os 30% restantes em duas parcelas iguais, anuais e consecutivas, corrigidas monetariamente, em 14 de abril de 2026 e 14 de abril de 2027.
Com o acordo, o Iguatemi, por meio da Iguatemi PPPH Participações, passará a deter uma fatia de 11,5% do Pátio Paulista. O grupo informou ainda que segue em tratativas para concluir a venda de 7% do Pátio Higienópolis a um investidor financeiro, por cerca de R$ 170 milhões, conforme informou em abril.
Balanço
Entre abril e junho, a Iguatemi apurou um lucro líquido ajustado de R$ 208,5 milhões, alta de 95,7% sobre o número reportado em igual período de 2024. Já o fluxo de caixa operacional (FFO) ajustado cresceu 56,2%, para R$ 240,4 milhões.
A receita líquida ajustada do grupo foi de R$ 407,2 milhões, o que representou um avanço de 27,8% em base anual. Já a receita bruta teve uma expansão de 26,3%, para R$ 458,9 milhões, e as vendas totais somaram R$ 6,3 bilhões, 27,4% superior ao montante registrado um ano antes.
No trimestre, as vendas mesmas áreas tiveram alta de 14,4%, enquanto as vendas mesmas lojas e as vendas por metro quadrado cresceram, respectivamente, 12,1% e 15,9%. A taxa de ocupação ficou em 96,4%, contra 95%, em 2024, e 96,6% nos primeiros três meses deste ano.
Já os aluguéis mesmas áreas e os aluguéis mesmas lojas avançaram, respectivamente, 10% e 10,4%, na comparação com o segundo trimestre do ano passado. E a inadimplência líquida ficou em 0,3%, contra uma inadimplência líquida negativa em 1,4% em 2024.
Em outros dados, o Ebitda ajustado cresceu 91,2%, para R$ 445,4 milhões, enquanto a margem Ebitda ajustada ficou em 109,4%. Já a alavancagem da operação ficou em 1,9 vez, contra 1,8 vez, há um ano, e 1,76 vez no primeiro trimestre de 2025.
As units da Iguatemi encerraram o pregão desta terça-feira, 5 de agosto, com alta de 1,74%, cotadas a R$ 21,06, dando à empresa um valor de mercado de R$ 6,3 bilhões. No ano, a valorização acumulada é de 21,9%.

Fonte: Neofeed

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