Desenvolvimento da IA pode ampliar desigualdades regionais, alerta relatório

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O Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, alertou que a inteligência artificial não regulada pode desencadear uma nova era de divergências entre países. A situação pode ampliar desigualdades econômicas, sociais e tecnológicas.

No relatório “A próxima grande divergência: por que a IA pode aumentar a desigualdade entre os países”, o Pnud afirma que vários países iniciam esta transição de pontos de partida profundamente distintos.

Países de baixo rendimento

O documento revela que sem políticas fortes e inclusivas, os avanços da IA podem inverter a tendência que marcou os últimos 50 anos. Nesse período, muitos países de baixo rendimento reduziram gradualmente a distância que os separa das economias mais desenvolvidas.

A  Ásia e o Pacífico, que concentram mais de metade da população mundial, tornaram-se o epicentro da adoção e do desenvolvimento da IA. Atualmente, a região abriga mais de 50% dos usuários globais e expande rapidamente a sua capacidade de inovação.

De acordo com o Pnud, a IA pode elevar o crescimento anual do PIB regional em até dois pontos percentuais e aumentar a produtividade em cerca de 5% em setores como saúde e finanças. Nas economias da Associação de Nações do Sudeste Asiático, Asean, o impacto acumulado pode ser perto de US$ 1 trilhão na próxima década.

Visualização de Inteligência Artificial combinando um esquema de cérebro humano com uma placa de circuito

Visualização de Inteligência Artificial combinando um esquema de cérebro humano com uma placa de circuito

Desigualdades em crescimento

Para a diretora regional do Pnud, Kanni Wignaraja, “a experiência da Ásia e do Pacífico destaca a rapidez com que podem surgir lacunas entre aqueles que moldam a IA e aqueles que são moldados por ela.”

O relatório destaca que infraestruturas frágeis, literacia digital limitada e reduzida capacidade de governação tecnológica podem impedir países de obterem benefícios da IA. Ao mesmo tempo, elas amplificam riscos como perda de empregos, exclusão digital e impactos indiretos relacionados ao aumento da procura de energia e água.

Mulheres e jovens apresentam vulnerabilidades acrescidas, visto que os empregos ocupados pelas trabalhadoras têm quase o dobro da exposição à automação, enquanto o emprego juvenil está a cair em setores com forte presença da IA.

No sul da Ásia, as mulheres permanecem 40% menos propensas do que os homens a possuir um smartphone e comunidades rurais e indígenas também permanecem sub-representadas nos conjuntos de dados que treinam sistemas de IA, elevando o risco de exclusão de serviços essenciais.

Fraca regulamentação regional

Apesar dos riscos, o relatório destaca que a IA tem transformado a governação e modernizado os serviços públicos. Na Tailândia, a plataforma Traffy Fondue já processou quase 600 mil denúncias de cidadãos, permitindo respostas mais rápidas de agências municipais. Contudo, apenas um número limitado de países possui regulamentações abrangentes sobre IA.

O Pnud estima que, até 2027, mais de 40% das violações de dados associadas a esta tecnologia no mundo poderão resultar do uso indevido de ferramentas de IA generativa, salientando a necessidade de estruturas de governação robustas e atualizadas.

Fonte: veja.abril

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